AGASHURA TENTA ENGOLIR KRSNAQuando Krsna e Balarama tinham cinco anos de idade, eles e os vaqueirinhos brincavam na floresta de Vraja, apareceu um grande demônio chamado Aghasura, cuja morte era aguardada até mesmo pelos semideuses. Os semideuses bebiam néctar todos os dias, mas ainda assim temiam esse grande demônio e esperavam vê-lo exterminado. Aghasura não tolerava ver o prazer transcendental que os vaqueirinhos desfrutavam na floresta em companhia do Senhor, encarnado como o menino Krsna. Agashura, que como quase todos os raksasas que atacaram Krsna, também havia sido enviado pelo perverso rei Kamsa, era irmão de Putana e Bakasura. Portanto, quando ele veio e viu Krsna na frente de todos os vaqueirinhos, ele pensou: “Esse Krsna matou minha irmã e meu irmão, Putana e Bakasura, portanto para vingá-los eu mesmo matarei esse tal de Krsna, juntamente com todos os seus amigos vaqueirinhos. Se de alguma maneira eu conseguir fazer com que Krsna e seus amigos sirvam de última oferenda de Sésamo e água para as almas de meus irmãos então, os habitantes de Vrajabhumi, de quem esses meninos são a vida e alma, automaticamente morrerão. Se não há vida, pode-se dispensar o corpo; logo, quando seus filhos estiverem mortos, naturalmente os habitantes de Vraja não resistirão.” Após tomar essa decisão, o austucioso Aghasura assumiu a forma de uma enorme píton, da largura de uma grande montanha e medindo 13 quilômetros de comprimento.
Tendo assumido este enorme corpo de serpente, ele abriu sua boca como se esta fosse uma grande caverna nas montanhas, deitou-se na estrada e ficou esperando, pois queria engolir Krsna e seus associados, os vaqueirinhos. Seu lábio inferior repousava na superfície da terá e o seu lábio superior tocava as nuvens do céu. Os cantos de sua boca pareciam os lados de uma grande caverna na montanha, e a parte intermediária de sua boca era o mais escuro possível. Sua língua parecia uma larga estrada; sua respiração exalava como um vento morno e seus olhos abrasaram-se como fogo.
Ao verem este enorme demônio os meninos pensavam tratar-se de um belo cenário de Vrindavana. Depois imaginaram que aquilo parecia a boca de uma grande serpente. Eles não sentiram nenhum medo, pensaram que era uma estátua que, em forma de uma serpente fora feita para alegras seus passatempos de meninos. Os meninos disseram: “Queridos amiguinhos, será que essa criatura está morta ou ela está viva, com essa boca enorme aberta para engolir todos nós? Vamos conferir para ver do que se trata?” Finalmente chegaram à conclusão de que aquele animal estava ali para engolir a todos. Então os meninos olharam para Krsna,e, rindo alto e batendo palmas, entraram na boca da píton.
Krsna, ouvindo os comentários inocentes dos meninos, viu que eles não sabiam do que aquilo realmente se tratava. Mas Krsna sabendo do risco que eles corriam quis impedi-los de entrar para dentro da píton. Enquanto Krsna tentava descobrir um meio de impedi-los, todos os vaqueirinhoa entraram na boca de Aghasura. O demônio, entretanto, não os engoliu, pois estava pensando em seus próprios parentes mortos por Krsna e simplesmente esperava que Krsna entrasse. Krsna viu que todos os vaqueirinhos, que conheciam apenas ele como seu protetor, acabaram de suas vistas e estavam desamparados dentro da serpente, tal como palhas que entraram no fogo do abdômem de Aghasura, que era a morte personificada.
Para Krsna era intolerável separar-se de seu irmão e de seus amigos. Portanto, como se houvesse percebido que isto fora um ato de sua potência interna, Krsna momentaneamente ficou paralisado e não sabia o que fazer. Como ele poderia salvar os meninos e enfrentar a piton simultaneamente? Krsna, com sua potência ilimitada, decidiu agir. Ele então entrou na boca de Aghasura.
Quando Krsna entrou, os semideuses, escondidos atrás das nuvens, exclamaram: “Ai de nós! Ai de nós!” Ao ouvir o som que os semideuses emitiam atrás das nuvens, Krsna imediatamente avolumou-se dentro da garganta da serpente interrompendo sua respiração. Aghasura sufocou e como seu ar vitral não podia passar pelo único orifício grande que ele tinha que era sua garganta (que Krsna havia obstruído) , o seu ar vital explodiu através de um pequeno orifício que a serpente tinha na cabeça. Quando todo o ar vital do demônio passou por aquele orifício, Krsna lançou seu olhar para os bezerros e vaqueirinhos mortos ressuscitando-os imediatamente. Então, Mukunda, que pode dar liberação a todos, saiu da boca de Aghasura com todos os seus amiguinhos e bezerros.
Do corpo da gigantesca piton, surgiu uma refulgência brilhante, iluminando toda a terra, em todas as direções, e permaneceu individualmente no céu até que Krsna saísse da boca do cadáver da serpente. Então, sob o olhar de todos os semideuses, essa refulgência entrou no corpo de Krsna.
Em seguida, estando todos satisfeitos, os semideuses começaram a derramar flores, as Apsaras(dançarinas celestiais) começaram a dançar, os Gandharvas(cantores celestiais) ofereciam canções sob a forma de orações.
Os percussionistas começaram a bater seus tímbales e os brahmanas ofereceram hinos védicos e, tanto no céu quanto na terra, a harmonia foi restaurada e todos glorificaram ao Senhor.
KRSNA DERROTA O DEMÔNIO BAKASURAQuando Krsna e Balarama, ainda pequenos, e os vaqueirinhos de Vraja, cada um deles pegando seu próprio grupo de bezerros, levavam os animais para beber água em um reservatório. Depois que os bezerros beberam água, os meninos também beberam. Bem próximo ao reservatório, os meninos viram um corpo gigantesco, parecido com um pico de montanha partido e golpeado por um raio. Eles ficaram com medo só de ver esse enorme ser vivo.
Aquele enorme raksasa chamava-se Bakasura. Ele assumira o corpo de um pato cujo bico era muito afiado. Tendo chegado ali, ele imediatamente engoliu Krsna. Ao verem que Krsna fora devorado pelo pato gigantesco, Balarama e os outros meninos ficaram quase que inconscientes. Krsna, que era o pai do Senhor Brahma, mas agia como filho de um vaqueiro, tornou-se como o fogo, queimando o interior da garganta do demônio, e Bakasura imediatamente expeliu-o.
A o ver que Krsna, embora tendo sido engolido, não estava machucado, o demônio logo voltou a atacar Krsna com seu bico afiado. Quando Krsna viu que Bakasura, um raksasa enviado por Kamsa, procurava atacá-lo, com seus braços ele agarrou as duas metades do bico de Bakasura, e na presença de todos os vaqueirinhos, Krsna facilmente bifurcou-o, assim como uma criança parte uma folha de grama.
Pelo fato de ter matado o assustador raksasa, Krsna satisfez a todos os cidadãos dos céus. Naquele momento, os cidadãos celestiais, habitantes do sistema planetário superior, derramaram sobre Krsna, flores cultivadas em Nandana-kanana. Eles também congratularam-no, vibrando tímbares e búzios celestiais e oferecendo orações. Vendo isso, os vaqueirinhos ficaram admirados.
Assim, quando Krsna livrou-se desse perigo, todos os meninos, incluindo Balarama, pensaram que sua vida ressurgira. Eles abraçaram Krsna e então reuniram seus Bezerros e regressaram a Vrajabhumi, onde brados anunciaram o incidente.
O EXTERMÍNIO DOS DEMÔNIOS ASNOSCerta vez, alguns vaqueirinhos – Sridama, o amigo muito querido de Balarama e Krsna, junto com Subala e Stokakrsna e outros – falavam que perto dali havia uma floresta cheia de bosques e palmeiras. A terra de lá era plana, lisa e muito extensa. O solo era preto, densamente coberto de grama, sem pedras nem seixos. Na floresta Talavana muitas frutas caem das árvores, e muitas já estão no chão. Mas todas elas são guardadas pelo perverso Dhenukasura, um demônio poderosíssimo que assumiu a forma de um asno e estava rodeado de muitos amigos que assimiram forma semelhante e eram tão poderosos quanto ele. Dhenuka era um rsksasa que comia seres humanos vivos e por isso todos os homens e até mesmo os animais tinham pavor de ir à floresta Talavana. Até mesmo as aves temiam voar naquela região.
Mas os vaqueirinhos insistiram em ir pegas frutas na floresta Tala, atraídos pelo aroma, e diziam: “Quarido Balarama, nosso desejo de comer aquelas frutas é muito grande; vamos à floresta Tala!” Ouvindo essas palavras dos companheiros Balarama e Krsna riram e, para agradar os amiguinhos, partiram para Talavana rodeados pelos vaqueirinhos. O menino Balarama foi o primeiro a entrar na floresta e, ao chegar lá, começou a sacudir vigorosamente as árvores com a força de um elefante louco, fazendo as frutas caírem ao chão.
Ao ouvir o som das frutas caindo no chão, o raksasa Dhanyka precipitou-se ao ataque, fazendo a terra e as árvores tremerem. O poderoso demônio lançou-se em direção ao Senhor Balarama e, com os cascos e suas patas traseiras, golpeou o peito de Balarama. Em altos zurros Denuka, em seguida, passou a correr de um lado para outro. Com a parte traseira virada para o Senhor Balarama, o furioso asno aproximou-se novamente do Senhor Balarama. Então, zurrando de ira, Dhenuka lançou suas patas trazeiras contra ele.
O Senhor Balarama agarrou Dhenuka pelos cascos, girou-o no ar e com uma só não o arremessou no topo de uma palmeira. Esse violento movimento giratório matou o demônio asno. Então o Senhor Balarama lançou o cadáver de Dhenuka sobre a palmeira mais alta da floresta, e quando o demônio morto caiu no topo da árvore, esta começou a tremer. A grande palmeira, fazendo com que outra árvore ao seu lado também tremesse, partiu-se em virtude do peso do demônio asno. A árvore vizinha fez tremer outra árvore, e esta por sua vez atingiu mais outra árvore da floresta, que também começou a tremer, e assim sucessivamente todas as árvores da floresta tremeram e partiram-se.
O fato do Senhor Balarama ter matado o Raksasa Dhenukasura não é algo tão admirável, considerando-se que ele é também é ilimitada Personalidade de Deus, o controlador do Universo inteiro. Os outros demônios asnos ficaram enfurecidos e todos de imediato precipitaram-se em direção a Krisna e Balarama para atacá-los, porém, facilmente Krsna e Balarama agarraram os demônios asnos um após outro por suas patas traseiras e e lançaram-nos todos nos topos das palmeiras.
Coberta com pilhas de frutas e com os cadáveres dos demônios, que estavam enroscados nas palmeiras partidas da floresta , a terra parecia mas bela. De fato, a terra brilhava com o céu adornado de nuvens.
Ao ouvirem sobre o magnífico feito dos dois irmãos, os semideuses e outros seres elevados oravam e glorificaram-nos e lançaram chuvas de flores.
As pessoas agora sentiam-se livres para irem à floresta e, sem medo, comiam as frutas das palmeiras e da mesma forma as vacas também podiam partas à vontade naquela região.
Então os Senhores Krsna e Balarama voltaram para casa em Vraja. Ao longo do caminho, os vaqueirinhos, seus fiéis seguidores, cantavam suas glórias.
KRSNA ENGOLE O INCÊNDIO DA FLORESTAEnquanto os vaqueirinhos estavam completamente absortos em suas brincadeiras, suas vacas se desgarraram para longe. Famintas e sem ninguém para cuidar delas, as vacas entraram em uma floresta. Passando de uma parte da grande floresta para outra, os bodes, vacas e búfalos acabaram entrando em uma área onde havia muitos bambus pontiagudos. O calor de um incêndio na floresta próxima deixou-os sedentos e eles começaram a berrar e mugir aflitos.
Não avistando suas vacas nos arredores, Krsna, Balarama e seus amigos vaqueirinhos de repente sentiram-se arrependidos por terem se descuidado de seus animais. Os meninos procuraram por toda a parte, mas não puderam descobrir aonde elas tinha ido. Os meninos então começaram a rastrear a trilha das vacas observando suas pegadas e as folhas de capim que elas tinham quebrado com seus cascos e dentes. Todos os vaqueirinhos estavam em grande ansiedade porque haviam perdido seu meio de vida. Dentro da floresta Munja os vaqueirinhos finalmente encontraram suas valiosas vacas. Então os meninos, sedentos e cansados, conduziram as vacas ao caminho de volta para casa.
Com uma voz que ressoava como uma nuvem trovejante, Krsna chamava os animais. Ouvindo o som de seus próprios nomes, as vacas ficavam exultantes e mugiam em resposta a Krsna. De súbnito, apareceu de todos os lados um grande incêndio na floresta, ameaçando destruír a todas as criaturas silvestres. Como um quadrigário, o vento levava o fogo adiante e terríveis labaredas irrompiam em todas as direções. O grande indêncio estendia suas línguas flamejantes para todas as direções, ameaçando a todas as criaturas móveis e imóveis.
Quando as vacas e os vaqueirinhos, de olhos arregalados, olharam para o incêndio que os atacava de todos os lados, eles ficaram muito assustados. Os meninos então aproximaram-se de Krsna e Balarama em busca de auxílio: “Ó Krsna! Ó poderosíssimo Krsna! Ó Balarama! Tu cujo poder jamais falha! Por favor, salvai-nos, pois estamos prestes a sermos queimados por este incêndio na floresta! Ajuda-nos, nós confiamos em vós!” Ouvindo essas palavras lastimosas de seus amiguinhos, Krsna disse-lhes: “Apenas fechai os olhos e não temais!” “Tudo bem”, responderam ao meninos, e imediatamente fecharam os olhos. Então o Senhor Supremo, abriu a boca e engoliu o terrível fogo, salvando seus amigos do perigo.
Os vaqueirinhos abriram os olhos e ficaram pasmados ao descobrir que eles e as vacas não só haviam se salvado do terrível incêndio, mas também tinham sido trazidos de volta à árvore Bhandira. Quando viram que tinham sido salvos pelo poder místico do Senhor, o qual se manifesta mediante sua potência interna, os vaqueirinhos começaram a pensar que Krsna devia ser um semideus.
Chegando o fim da tarde, e o Senhor Krsna, acompanhado por Balarama, levou as vacas de volta para casa. Tocando sua flauta de uma maneira especial, Krsna regressou à aldeia dos vaqueiros em companhia de seus amigos vaqueirinhos, que cantavam suas glórias. As jovens gopis sentiram o maior prazer ao ver Govinda, voltar para casa, pois para elas até mesmo um momento sem ver Krsna parecia uma centena de eras.
KRSNA DERROTA O DEMÔNIO MADU:Como já é do conhecimento de todos nós, Krsna era um guerreiro muito poderoso e não havia oponentes à sua altura, pois ele é a Suprema personalidade de Deus com todas as sua opulências e força. Havia um demônio chamado de Madu que era um perverso rei que queria de qualquer maneira destruir o Grande Guerreiro Krsna.
Como Rsi Madu era um grande devoto do Senhor Shiva, ele fazia muitas austeridades e oferendas para agradar ao Senhor shiva. Um dia ele pediu uma graça para Siva e ele como sempre atende aos seus devotos dedicados.
O mau intensionado Rsi Madu então pediu que a graça desejada seria que, ao tocar em qualquer coisa esta se transformasse em cinzas - já pensando em derrotar todos os seus inimigos e, principalmente, o invensível Senhor Krsna.
Ao obter o poder de transformar tudo que tocasse em cinzas, Rsi Madu enviou um mensageiro insitando Krsna a duelar com ele, o que Krsna prontamente aceitou.
No momento da luta, Krsna com sua imensa esperteza, já sabendo das intensões de Madu pois ele sabe tudo por ser o onisciente Senhor, teve uma grande estratégia: Krsna disse a Madu na hora da luta que seu coração havia parado de bater, o que fez com que Madu colocasse a mão em seu próprio peito para averiguar e imediatamente transformou-se em cinzas.
Sendo este um dos mais interessantes e históricos passatempos do Senhor Krsna, que depois foi traduzido para outros povos com outros nomes de outras personalidades conforme sua cultura.
A ESTAÇÃO DAS CHUVAS E O OUTONO EM VRINDAVANA:Os vaqueiros mais velhos e suas esposas ficaram pasmados ao ouvirem a narração das proesas de Krsna e Balarama na floresta, então concluíram que eles deviam ser grandes semideuses que haviam aparecido em Vrindvana. Começou então a estação das chuvas, dando vida e sustento a todos os seres vivos. O céu ficou encoberto por densas nuvens azuis; retumbava com trovões, e relâmpagos reluziam no horizonte.
Dessa maneira, o céu e sua iluminação natural ficaram obscurecidos. Com seus raios, o Sol secara bebera durante oito meses a riqueza da terra sob a forma de água. Agora que havia chegado o momento apropriado, o Sol começou a liberar esta riqueza acumulada. Reluzindo com relâmpagos, grandes nuvens eram agitadas e varridas por ventos ferozes. A terra, que ficara emaciada devido ao calor do verão, voltou a nutrir-se completamente quando umedecida pelo deus da chuva. No crepúsculo vespertino durante a estação das chuvas, a escuridão permitia que os vagalumes brilhassem mas não as estrelas. As rãs, que tinham permanecido em silêncio o tempo todo, de repente começaram a coaxar ao ouvirem o ribombar das nuvens de chuva.
Com a chegada da estação das chuvas, os regatos insignificantes, que se haviam secado, começaram a avolumar-se e então desviaram de seus cursos próprios. A grama recém-crescida tornou a terra verde-esmeralda, os insetos indragopa acrescentaram um tom avermelhado, e cogumelos brancos para dar mais cor e círculos de sombra. Desse modo a terra parecia alguém que de repente se tornou rico. Com a riqueza sob a forma de cereais, os campos davam alegria aos fazendeiros, mas provocavam remorso nos corações daqueles que são muito orgulhosos para se dedicar à agricultura e que não conseguem entender que tudo está sob o controle do Supremo.
À medida que todas as criaturas aquáticas e terrestres tiravam proveito da água da chuva recém-caída, suas formas tornaram-se atraentes e agradáveis. Onde os rios se encontravam com o oceano, este ficava agitado com suas ondas açoitadas pelo vento. Durante a estação chuvosa as estradas, por não serem limpas, ficaram cobertas pela relva e detritos e por isso era difícil indentificá-las.
Quando o arco curvado de Indra, o arco-íris, apareceu no céu, que tinha a qualidade de som do trovão, ele era distindo dos arcos comuns, porque não repousava numa corda. Durante a estação da chuva a Lua foi impedida de aparecer diretamente devido à cobertura das nuvens, as quais eram iluminadas pelos raios da Lua. Os pavões festejaram e bradaram uma alegre saudação quando viram as nuvens chegando.
As árvores que haviam secado, depois de receber a água através de suas raízes, suas muitas folhas, flores e frutos apareceram. Os grous continuaram a habitar as margens dos lagos, mesmo com as margens agitadas durante a queda das chuvas. Quando Indra enviou suas chuvas, as águas da enchente romperam os diques de irrigação nos campos agrícolas. As nuvens, impelidas pelos ventos, derramaram sua água nectárea para o benefício de todos os seres vivos. Todas as flores de Lótus desabrocharam alegremente, exceto o kumut que floresce à noite.
Quando a floresta de Vrindavana ficava então resplandescente, cheia de tâmaras e jambos maduros, o Senhor Krsna, rodeado de suas vacas e amigos vaqueirinhos e acompanhado por Sri Balarama, entrava na floresta para se divertir. As vacas tinham de se mover devagar por causa de suas tetas pesadas de tanto leite, mas tão logo Krsna as chamava, elas corriam em sua direção. O Senhor observava as alegres meninas aborígenes da floresta, as árvores que gotejavam seiva doce e as cascatas das montanhas, cujo ressoar indicava haver cavernas nas redondezas.
Quando chovia, o Senhor Krsna às vezes entrava numa caverna ou na cavidade de uma árvore para brincar e comer raízes e frutas. Krsna fazia suas refeições de arroz cozido e iogurte, enviado de casa, em companhia do Senhor Sarikarsana (Balarama) e dos vaqueirinhos que costumavam comer com ele. Todos se sentaram sobre uma grande pedra perto da água. Krsna observava os touros, bezerros e vacas contentes deitados na relva verde a ruminar de olhos fechados e via que as vacas estavam cansadas por causa do fardo pesado do leite que carregavam em suas tetas.
Enquanto contemplava a beleza e opulência da estação chuvosa de Vrindavana, uma fonte perene de grande felicidade, o Senhor oferecia todo o respeito àquela estação, que se expandira de sua própria potência interna. O outono desanuviou o céu, deixou os animais saírem de seus currais apinhados, limpou a terra de sua cobertura lamacenta e purificou a contaminação da água. A Lua do outono aliviou todas as criaturas do sofrimento causado pelo excessivo calor dos raios de Sol. Pela influência do outono, todas as vacas, corças, mulheres e aves fêmeas ficaram férteis e eram seguidas por seus respectivos companheiros.
Com esse clima assim tão auspicioso da natureza, o Senhor Krsna, seu irmão Balarama e seus amigos vaqueirinhos cresciam alegremente e assim, o senhor desfrutava de seus passatempos de menino em Vrindavana.