Radharani é a Shakti de Krsna.



KRSNA MAHA MANTRA:


हरे कृष्णा हरे कृष्णा
कृष्णा कृष्णा हरे हरे
हरे राम हरे राम
राम राम हरे हरे

hare krsna hare krsna
krsna krsna hare hare
hare rama hare rama
rama rama hare hare

Krsna – a origem de toda criação





Krsna e o Maha Tatwa, a Trindade Divina: Visnu, Brahma e Shiva.

O Advento de Krsna


Em um tratado astronômico, denominado Khamanikva, há minuciosa descrição das constelações no momento do aparecimento do Senhor Krsna há 5 mil anos. Está confirmado que a criança que nasceu naquele momento auspicioso foi o Brahman Supremo.

A concepção de Krsna





Krsna foi concebido na família do rei Surasena, líder da dinastia Yadu, que governava o país conhecido como Mathura e também o distrito de Surasena. Mathura tornou-se a capital do reino dos Yadus, que eram pessoas nobres e possuiam boas qualidades.

Vasudeva, filho de Surasena, logo após o matrimônio com Devaki, estava indo para casa em sua quadriga com a esposa recém-casada. O pai de Devaki, conhecido como Devaka, contribuíra com um bom dote porque tinha muita afeição pela filha.

Kamsa tenta matar sua irmã Devaki


Kamsa estava na comitiva e conduzia a quadriga que levava sua irmã Devaki. Segundo o costume da civilização védica, o irmão mais velho acompanhava a irmã e o cunhado até à casa deles, para que a jovem recém casada não sentisse tanto a separação de sua família.

O cortejo passava muito festivamente quando repentinamente um som miraculoso vibrou do céu e anunciou especialmente para Kamsa: Kamsa, você é um grande tolo. Você está conduzindo a quadriga de sua irmã e seu cunhado, mas não sabe que o oitavo filho de sua irmã irá matá-lo.”

Kamsa filho de Ugrasena, o qual pertencia à dinastia Bhoja.

Imediatamente após ouvir a profecia do céu, ele agarrou os cabelos de Devaki e estava a ponto de matá-la com sua espada. Vasudeva ficou assustado com o comportamento de Kamsa e, para apaziguar o cunhado cruel, disse a Kamsa: “Meu querido cunhado, você é o rei mais famoso da dinastia Bhoja, , e as pessoas sabem que você é o maior dos guerreiros e um rei valente. Como você pode matar sua irmã no dia do seu casamento. Por que teria você tanto medo da morte? Devemos proteger um irmão ou irmã mais novos como se fossem nossos próprios filhos. A situação é especialmente delicada. Se você matá-la, irá de encontro à sua alta reputação.”

Vasudeva tentou em vão, pois Kamsa não se apaziguaria por causa de seu instinto invejoso e cruel, embora viesse de uma família real muito elevada.
Vasudeva, pensando em proteger a vida de Devaki, deixando o futuro nas mãos da providência divina, ainda falou a Kamsa: “Por favor, meu querido cunhado. Você está preocupado com a profecia vinda dos céus, ma sua irmã não representa nenhum perigo para você, o perigo poderá vir com os filhos que tiver, os quais ainda nem foram concebidos. Prometo-lhe que se ela tiver algum filho, irei apresenta-los pessoalmente para que você tome as providências necessárias.”
Kamsa conhecia o valor da palavra de honra de Vasudeva e convenceu-se com seu argumento.

Kamsa ficou satisfeito com procedimento de Vasudeva e, vendo que ele manteve sua promessa, disse: “Meu querido Vasudeva, você não precisa me dar essa criança. Ela na constitui perigo para mim. Eu ouvi que o oitavo filho que você e Devaki conceberão é que irá me matar. Por que eu haveria de aceitar a primeira criança desnecessariamente? Pode levá-la de volta.”

Ao regressar para casa com seu primeiro filho, ainda que estivesse contente com a atitude de Kamsa, Vasudeva pressentiu que não poderia acreditar, nele pois sabia que Kamsa era descontrolado.

Nessa ocasião, o grande sábio Narada veio ter com Kamsa. Ele foi informado de que Kamsa tivera compaixão de Vasudeva e lhe devolvera o primeiro filho. Narada estava muito ansioso esperando a descida anunciada do Senhor Visnu. Por isso ele informou a Kamsa que personalidades como Nanda Maharaja, todos os pastores e pastoras de vacas de toda parte, Vasudeva, seu pai Surasena e todos os seus parentes nascidos na família de Vrsni da dinastia Yadu estavam se preparando para o aparecimento do Senhor.

A prisão de Devaki e Vasudeva


Narada avisou a Kamsa para que tomasse cuidado com os amigos e bem-querentes e todos os semideuses que iam nasces nessas famílias. Kamsa ficou em alerta. Imediatamente ele resolveu prender seu cunhado Vasudeva e Devaki e os colocou atrás das grades da prisão. Dentro da prisão, algemados com correntes de ferro, Vasudeva e Devaki geraram um filho homem ano após ano, e Kamsa, crendo que cada um dos bebês eram encarnações de Visnu, os matava um após o outro.

Kamsa, cm medo de Krsna, resolveu também aprisionar seu próprio pai, Ugradena, porque este era o rei principal entre as dinastias Yadu, Bhoja e Andhaka, e, além disso, ocupou o reino de Surasena, o pai de Vasudera. Kamsa se declarou o rei de todos esses lugares e se aliou a todos os outros reis demoníacos.
Quando Kamsa matou os seis bebês de Devaki e Vasudeva, um após o outro, muitos amigos e parentes de Kamsa se aproximaram dele e pediram-lhe que parasse com essas atividades abomináveis. Porém, todos eles tornaram-se adoradores de Kamsa.

A expansão plenária de Krsna no ventre de Devaki


Quando devaki ficou grávida pela sétima vez, dentro de seu ventre apareceu uma expansão plenária de Krsna conhecida como Ananta. Devaki foi dominada tanto pelo júbilo como pela lamentação. Se abrigara dentro de seu ventre, mas ao mesmo tempo lastimava-se porque logo que seu filho aparecese, Kamsa o mataria. Então o Senhor Visnu, compadeceu-se do estado de pavor dos Yadus.

Em Vrindavana, Rohini, uma das esposas de Vasudeva, residia na casa do rei Nanda Maharaja e da rainha Yasoda. Muitas pessoas da dinastia Yadu estavam dispersas por todo o país por temer as atrocidades de Kamsa.

O Senhor Visnu informou a deusa Yogamaya: “Devaki e Vasudeva estão na prisão de Kamsa, e Sesa, minha expansão plenária, está dentro do ventre de Devaki. Você pode arranjar a transferência de Sesa do ventre de Devaki para o ventre de Rohini. Depois disso vou aparecer pessoalmente no ventre de Devaki com minhas potências completas. Então aparecerei como filho de devaki e Vasudeva e você aparecerá como a filha de Nanda e Yasoda em Vrindavana.

Uma vez que você aparecer como minha irmã contemporânea, as pessoas irão adorá-la nas diferentes formas que serão chamadas de Durga, Bhadrakali, Vijaya, Vaisnavi, Kumada, Candika, Krsná, Madhavi, Kamvaka, Mava, Naravani, Isani, Sarada e Ambika.”

O Aparecimento do Senhor Balarama


Krsna e Yogamaya apareceram como irmão e irmã – o Poderoso Supremo e o Poder Supremo. O Senhor Visnu também declarou q Yogamaya que Ananta sesa, sua expansão plenária, estava dentro do ventre de Devaki.

Por ter sido atraído forçosamente ao ventre de Rohini, ele, a porção plenária Ananta, sendo a fonte de todo o poder espiritual, ou bala, por meio do qual seria possível alcançar a mais elevada bem-aventurança da vida, que se chama Ramana, haveria de ser conhecido como Sankarsana ou Balarama.

Quando o Senhor Supremo transferiu Sesa do ventre de Devaki para o de Rohini, ambas estavam sob o encanto de Yogamaya. Quando a transferência foi efetuada as pessoas pensaram que Devaki havia abortado seu sétimo filho. Dessa forma, embora sendo filho de Devaki, Balarama apareceu como filho de Rohini.

O Aparecimento do Senhor Krsna


Depois disso, a Suprema Personalidade de Deus, que está sempre disposto a depositar suas potências completas em seus devotos perfeitos, entrou dentro da mente de Vasudeva como o Senhor de toda a criação. Através da sua potência inconcebível, a Suprema Personalidade de Deus pode aparecer de qualquer maneira, não sendo necessário que ele apareça de maneira ordinária por meio de injeção seminal no ventre de uma mulher. Assim, o Senhor Krsna situou-se no coração imaculado de Vasudeva. Assim, a forma eterna do Senhor, com potências completas, transferiu-se da mente de Vasudeva para a mente de Devaki como os raios do pôr do Sol se transferem para a Lua cheia que nasce no oriente.

Como se afirma no Bhagavad-Gita - Cap.4 – Vs 6, 7 e 8 - Krsna descende a este mundo material simplesmente para proteger os piedosos e destruir os impiedosos.
O nascimento do Senhor não é semelhante ao do homem comum que é forçado a aceitar um corpo material de acordo com seus feitos passados. Ele aparece a seu bel prazer. Quando chegou o momento do aparecimento do Senhor, as constelações se tornaram muito auspiciosas. A influência astrológica da estrela conhecida como Rohini também predominava, porque essa estrela está sob a supervisão direto de Brahma. Segundo a constituição astrológica, além da situação apropriada das estrelas, há momentos auspiciosos e inauspiciosos causados pelas diferentes situações dos diferentes sistemas planetários. Na ocasião do nascimento de Krsna, os sistemas planetários entraram em uma conjunção harmoniosa para que tudo se tornasse auspicioso. Havia uma atmosfera de paz e prosperidade em todo o planeta, de leste a oeste. Podia-se ver estrelas auspiciosas no céu e havia sinais de boa fortuna sobre a Terra.

Em um tratado astronômico denominado Khamanikva, há uma minuciosa descrição das constelações no momento do aparecimento do Senhor Krsna, há 5 mil anos, confirmando que a criança que nasceu naquele momento auspicioso foi o Brahman Supremo.

Krsna aparece a Vasudeva e Devaki como um bebê


Vasudeva viu essa criança maravilhosa que nascera como um bebê de quatro braços, segurando o búzio, a maça, o disco e a flor de lótus, decorado com a marca de Srivatsa, usando colar adornado com a pedra kaustubha, vestido em seda amarela, deslumbrante como uma brilhante nuvem negra, usando um elmo ornado com a pedra vaidurya, valiosos braceletes, brincos e outros ornamentos similares por todo seu corpo e muito muitos cabelos na cabeça. Vasudeva ficou maravilhado. Vasudeva desejava comemorar com uma grande festa mas lembrou-se que estava algemado dentro das paredes da prisão de Kamsa. Então agradeceu mentalmente e prostrou-se com as mãos postas começou a orar. Nesse momento Vasudeva encontrava-se em posição transcendental e libertou-se totalmente de todo o temor. O Senhor, após mostrar a Devaki e Vasudeva todas as suas encarnações como mãe e pai dele, ordenou-lhes que o levasse imediatamente para Gokula e o substituíssem pela filha que acabara de nascer de Yasoda. Após isso, o Senhor converteu-se numa criança comum e permaneceu em silêncio.

No momento em que Vasudeva tentava retirar-se com Krsna, nascia de Yasoda e Nanda Maharaja uma menina. Por ser ela Yogamaya, a interna do Senhor, pela influência dessa potência todos os residentes no palácio de Kamsa, especialmente os porteiros, foram dominados por um sono profundo, e todas as portas do palácio se abriram. A noite estava muito escura e enquanto Vasudeva levava Krsna em seu colo a escuridão da noite desapareceu (o Senhor Krsna é como a luz do sol, e onde quer que esteja, a energia ilusória, que é comparada à escuridão, não pode permanecer). Vasudeva pode ver tudo exatamente como se estivesse à luz do dia. Ao mesmo tempo trovejou no céu e caiu uma chuva torrencial. Enquanto Vasudeva levava seu filho Krsna debaixo da chuva, o Senhor Sesa, na forma de uma serpente, estendeu seu capelo sobre a cabeça de Vasudeva para que a queda da chuva não o dificultasse. Vasudeva alcançou as margens do rio Yamuna e viu que as águas bramiam onduladas e que toda a extensão do rio estava cheia de espuma. Ainda assim, o rio furioso abriu passagem para Vasudeva atravessar. Chegando ao outro lado Vasudeva dirigiu-se à casa de Nanda Maharaja, situada em Gokula, onde encontrou todos dormindo profundamente. Ele aproveitou a oportunidade para entrar silenciosamente na casa de Yasoda, e sem dificuldade trocou seu filho pela menina que acabara de nascer, retornando ao palácio de Kamsa e em silêncio colocou a menina no colo de Devaki. Vasudeva se algemou novamente para que Kamsa não pudesse perceber que algo tinha acontecido.

O Aparecimento de Krsna em Vrindavana



Yasoda compreendeu que havia dado à luz uma criança, mas como estava muito cansada ela dormiu profundamente. Quando despertou, não pode se lembrar se dera à luz um menino ou uma menina.

Quando Kamsa descobriu que sua irmã tinha dado à luz correu para matar a criança. Devaki suplicou para que ele não matasse a menina pois quem haveria de matá-lo seria seu filho homem. Mesmo assim Kamsa ignorou o apelo da irmã e pegou a criança tentando matá-la, porém a menina escapou de suas mãos e subiu ao céu e apareceu com 8 braços como a irmã mais nova de Visnu, Durga, que falou a Kamsa: “Seu patife, como você ousa me matar? A criança que irá matá-lo já nasceu antes de mim em algum lugar neste planeta. Não seja tão cruel com sua irmã.” Assustado, Kamsa mandou libertar Devaki e Vasudeva.

Embora Krsna fosse o verdadeiro filho de Vasudeva e Devaki, Vasudeva não pode apreciar a cerimônia do nascimento de seu filho por causa das atrocidades atrozes de Kamsa. Mas Nanda Maharaja, o pai adotivo, celebrou a cerimônia do nascimento de Krsna com muita alegria, conforme o costume védico. Nanda Maharaja chamou os astrólogos e os brahmanas eruditos para que realizacem a cerimônia.

A cerimônia natalícia de Krsna


Embora Krsna fosse filho de Vasudeva e Devaki, Vasudeva não pode apreciar a cerimônia natalícia de seu filho por causa das atividades atrozes de Kamsa, mas Nanda Maharaja, pai adotivo de Krsna, celebrou com muita alegria. Conforme o costume védico, ele chamou os astrólogos e brahmanes eruditos para que eles executassem a cerimônia. Quando uma criança nasce, os astrólogos calculam o momento do nascimento e fazem o horóscopo da vida futura da criança.

Outra cerimônia que se realiza depois do nascimento da criança: todos os membros da família tomam banho, purificam-se e se decoram com ornamentos e guirlandas; depois eles se apresentam perante a criança e os astrólogos para ouvir as predições astrológicas sobre a vida futura da criança. Todos os brahmanes que estavam ali reunidos cantavam mantras auspiciosos, conforme os rituais, enquanto músicos executavam canções para festejar o nascimento da criança. Nessa cerimônia todos os semideuses, bem como os antepassados da família, também são adorados. Nanda Maharaja distribuiu aos brahmanes 200 mil vacas bem decoradas e ornamentadas. Ele deu também montanhas de grãos decorados com roupas bordadas a ouro e muitas jóias.

Todos os brahmanes reunidos nessa cerimônia começaram a cantar diferentes tipos de mantras védicos (suta, magadha, vandi e virudavali) para invocar a boa fortuna para a criança. Acompanhando esse cantar dos mantras, músicos cantavam e tocavam cornetas e símbalos que soavam na parte de fora da casa. Nessa ocasião, podia-se ouvir as alegres vibrações em todos os campos e pastagens e em todas as casas. Dentro das casas eram salpicadas água perfumada e até mesmo nas estradas e ruas. Os tetos e telhados de todas as casas estavam ornamentados com diferentes tipos de bandeiras, festões e folhas verdes. Os pastos enfeitados com folhas verdes e flores. Todas as vacas e bezerros foram untados com uma mistura de óleo, açafrão e minerais vermelhos, barro amarelo e manganês azul. Eles usavam guirlandas e penas de pavões e estavam cobertos com belas mantas coloridas e colares de ouro. Todos os habitantes das redondezas incluindo os pastores de vacas, vestiam-se com roupas caríssimas e se enfeitavam com diferentes tipos de brincos e colares e usavam grandes turbantes sobre suas cabeças. Eles também levaram vários presentes e se dirigiram alegremente para a casa de Nanda e Yasoda. Todas as mulheres também se vestiram com roupas lindíssimas e caras e jóias e untaram-se de cosméticos perfumados.



Da mesma forma as gopis (pastoras de vacas) passaram pó de kurkuma em suas faces de lótus. Sobrecarregadas com seus pesados quadris e seios volumosos, as gopis não foram capazes de se dirigir para a casa de Nanda Maharaja com rapidez, mas devido ao amor extático que sentiam por Krsna elas prosseguiram tão rapidamente quanto puderam. Suas orelhas estavam decoradas com brincos de pérolas; seus pescoços estavam decorados com medalhões de ouro e pedras preciosas; nos lábios e olhos usavam diferentes tipos de batons e cajais; em suas mãos usavam lindas pulseiras douradas. À medida em que caminhavam apressadamente, as flores e guirlandas que decoravam seus corpos caíam pelo chão e parecia que choviam flores do céu. Devido aos movimentos dos diferentes tipos de enfeites que ornamentavam seus corpos, elas pareciam ainda mais belas.

Logo que chegaram à casa de Nanda e Yasoda, elas abençoaram a criança: “Querido Krsna, viva por muitos anos para poder nos proteger!”. Enquanto abençoavam a criança dessa maneira, elas ofereram-lhe uma mistura de pó de açafrão com óleo, iogurte, leite e água, a qual borrifaram não só no corpo de Krsna, mas também em todas as pessoas que estavam presentes. Ao verem o divertimento das pastoras de vacas (gopis)), os pastores de vaca (gopas) ficaram muito entusiasmados e, em resposta, também começaram a atirar aquela mistura uns nos outros. Nanda Maharaja ficou muito feliz com o divertimento e generosamente deu de presente aos cantores e músicos que ali estavam tocando e cantando versos e mantras dos Upanisads e dos Puranas. Nanda Maharaja deu-lhes diferentes tipos de roupas, jóias e vacas em caridade (é importante frisar o quanto eram abastados os habitantes de Vrindavana que simplesmente criavam vacas naquela Era). Os pastores de vacas pertenciam à comunidade dos vaisva, e sua ocupação consistia em proteger as vacas e cultivar grãos e outros legumes. Possuíam uma abundância tal de tipos variados de produtos lácteos e sua riqueza provinha do leite, iogurte, manteiga, queijos e outros produtos lácteos, e como negociassem com seus produtos agrícolas, eles tinham grande abundância de roupas, ornamentos e muitas jóias. Eles não apenas possuíam como também podiam dá-las em caridade, tal como o fez Nanda Maharaja.

Assim, Nanda Maharaja, o pai adotivo de KRSNA, começou a satisfazer os desejos de todos ali reunidos. Os brahmanes eruditos, que não tinham outra fonte de renda, dependendo completamente das comunidades vaísva e ksatriva para sua subsistência, e recebiam presentes em ocasiões festivas, tais como aniversários, nascimentos e casamentos.

Enquanto adorava o Senhor Visnu e tentava satisfazer todas as pessoas presentes nessa ocasião, Nanda Maharaja só desejava que o menino KRSNA recém-nascido fosse feliz. Nanda Maharaja ignorando que esse menino era a Origem de Visnu, orava a Este para que O protegesse.


A demônia Putana é morta


Após a cerimônia do nascimento de Krsna, chegou aos ouvidos do perverso rei Kamsa que em Vrindavana havia nascido um belo menino e que seu pai fez uma grande festa. Então, depois de Kamsa ouvir seus ministros demoníacos, ele deu instruções para Putana - uma bruxa muito poderosa e sem escrúpulos, que tinha habilidade em matar crianças com métodos sinistros - para que ela exterminasse todas as criancinhas que encontrasse em Vrindavana e nas redondezas: cidades, aldeias e campos de pastagem. Putana além de perversa, era também muito poderosa e era denominada como uma kechari - bruxas tão poderosas que podiam voar pelos céus, podendo se transferir de um lugar para outro montadas no galho de uma árvore desenraizada, e por este motivo é descrita no Bhagavatam como Kecharis.

Putana entrou em Gokula, distrito onde residia Nanda Maharaja, sem pedir licença. Transformando-se em uma bela mulher, ela entrou na casa de Mãe Yasoda. Estava muito formosa, com quadris acentuados, seios avolumados, brincos e flores nos cabelos e especialmente formosa por causa de sua cintura fina. Com o rosto sorridente, relanceava olhares muito atrativos para todos, e todas as pessoas ficavam fascinadas. As inocentes pastoras de vacas achavam que ela era a deusa da fortuna, que estava aparecendo em Vrindavana com uma flor de lótus em uma de suas mãos. Parecia-lhes que ela tinha vindo especialmente para ver Krsna. Por causa de sua rara beleza, ninguém reprimiu seus movimentos e assim ela entrou livremente na casa.

Putana, a bruxa assassina de muitas criancinhas, encontrou o bebê Krsna deitado e pode compreender logo que o bebê ocultava suas opulências incomparáveis. Putana veio como sua ama e pegou Krsna no colo para amamentá-lo. Quando putana chegou para pegar o bebê, tanto Yasoda quanto Horini estavam presentes, mas elas não a impediram de fazê-lo porque Putana mostrava afeto maternal por Krsna. Elas não compreendiam que Putana era uma espada dentro de uma bainha decorada.

Putana havia bezuntado os seios com um veneno fortíssimo, decidida a matar o bebê, segundo ordens de Kamsa, so que ela ao segurar o bebê Krsna no colo ela não sabia que estava segurando a própria morte. Logo que pôs o bebê no colo, Putana colocou seu mamilo envenenado na sua boca esperando que o bebê morresse logo que sugasse seu seio, mas para seu espanto o bebê Krsna fechou os olhos, pegou com força o mamilo e sugou o leite-veneno juntamente com o ar vital da demônia Putana, matando-a imediatamente.

Quando Krsna extraiu a respiração de Putana, ela caiu no chão, estendeu seus braços e pernas e pôs-se a gritar: “Oh criança, deixe-me, deixe-me!”. Ela gritava e suava muito e enquanto morria soltando gritos estridentes, uma vibração tremenda soou tanto na terra como no céu, em todas as direções, e as pessoas pensavam que estavam caindo meteoritos. Assim, o pesadelo da bruxa Putana acabou e então ela assumiu seu aspecto verdadeiro de grande demônia.

Krsna foi obrigado a matar a demônia Putana, sendo esta o primeiro demônio a ser exterminado pela encarnação da Suprema Personalidade de Deus que veio à Terra para matar os demônios e livrar seus devotos, conforme está descrito no Bhagavad –Gita: “paritranaya sadhunam vinasaya ca duksta". Sendo Putana uma mulher, Krsna, para não quebrar as regras védicas – segundo o sastra Védico não se pode matar uma mulher, um brahmana, uma criança ou uma vaca – ele, mesmo sendo um bebê, foi compelido a fechar os olhos.

Passatempos de Krsna Damodara









KRSNA EXTERMINA O DEMÔNIO CARRINHO


Num canto do quintal, Krsna estava deitado sob um carrinho de mão e, embora suas perninhas fossem tenras como folhas, quando ele acertou o carrinho com suas pernas, este virou violentamente e tombou. As rodas separaram-se do eixo, os cubos e raios desabaram e a haste com que se guiava o carrinho de mão quebrou-se. Sobre o carrinho haviam muitos pequenos utensílios feitos de vários metais, e todos eles espalharam-se pelo chão.

Quando Mãe Yasoda e outras senhoras que se haviam reunido para o festival “Uthana”, e todos os homens, encabeçados por Nanda Maharaja, viram o maravilhoso acontecimento, eles começaram a imaginar como o carro de mão tinha tombado sozinho. Começaram a andar de um lado para outro, tentando encontras uma resposta para isso, mas foram incapazes de chegar a uma conclusão. Foi então que as crianças ali presentes afirmaram que o carro fora despedaçado pelo chute deferido pelo bebê Krsna. O carrinho estava assustando o bebe Krsna porque um fantasma chamado Sakatusura se refugiara dentro do carrinho e aguardava uma oportunidade para assustar Krsna. Quando Krsna chutou o carro com suas pequeninas pernas, Sakatusura foi imediatamente jogado ao chão e seu refúgio desmantelou-se. Pensando que algum mau planeta atacara Krsna, Mãe Yasoda pegou seu filhinho no colo e convocou os brahmanas experientes para realizar uma cerimônia ritualística para afastar os perigos do bebê Krsna.



KRSNA DERROTA O DEMÔNIO TRNAVARTA

Um ano após o nascimento de Krsna, Mãe Yasoda estava afagando seu filho quando subitamente sentiu que a criança estava extremamente pesada, e, atônita colocou Krsna no chão e começou a orar. Temendo perturbações ela chamou os brahmanas para anular aquele peso e depois foi ocupar-se de seus afazeres. Enquanto Krsna estava sentado no chão, um demônio chamado Trnavarta, que era servo de Kamsa, chegou ali sob a forma de um furacão, instigado por Kamsa, arrebatou a criança para o céu.


Cobrindo toda a terra de Gokula com partículas de poeira, esse demônio obstruiu a visão de todos e começou a vibrar em toda parte um som muito assustador. Todo o campo de pastagem foi invadido por densa escuridão produzida pela tempestade de areia, e Mãe Yasoda não conseguia encontrar o filho onde o havia deixado. Devido à poeira lançada por Trnavarta, as pessoas não conseguiam ver nem a si mesmas nem aos outros, e assim ficaram iludidas e perturbadas. Devido à tempestade de poeira levantada pelo forte redemoinho, Mãe Yasoda não pôde ver indício de seu filho, tampouco pôde entender o porquê disso, e caiu no chão lamentandp-se pungentemente.


Vendo Mãe Yasoda naquele estado, todas as outras senhoras também começaram a chorar.
O demônio Trnavarta levou Krsna para bem alto do céu, mas logo Krsna tornou-se mais pesado do que o demônio, e este teve que parar de fazer força e não pôde ir adiante. Devido ao peso de Krsna, Trnavarta sentia como se carregasse uma grande montanha e tentou fugir, mas Krsna agarrou-se no seu pescoço, e Trnavarta não conseguiu afastá-lo. Então ele pensou: “como esta linda criancinha é tão poderosa que nem mesmo eu consigo suportá-la nem livrar-me desta carga!” Krsna foi apertando o seu pescoço até que Trnavarta ficou asfixiado, incapaz de emitir um som sequer ou mesmo mover-se. Com os olhos esbugalhados, Trnavarta perdeu sua vida e caiu, juntamente com a criancinha, sobre o solo de Vraja.


Enquanto as gopis que haviam se reunida choraram por Krsna, o demônio Trnavarta caiu do céu sobre um grande bloco de pedra; seus membros deslocaram-se como se ele tivesse sido trespassado pela flexa do Senhor Shiva.


As gopis imediatamente tiraram Krsna do peito do demônio e entregaram-no à sua mãe. Embora levado para o alto do céu pelo demônio Trnavarta, a criança estava ilesa, sem nenhum arranhão.



As gopis e os vaqueirinhos, incluindo Nanda Maharaja, ficaram extremamente felizes.





Mãe Yasoda vê o Universo na boca de Krsna





Um dia, quando Krsna brincava com seus amiguinhos e seu irmão Balarama, todos os amiguinhos se reuniram e foram contar à Mãe Yasoda que Krsna havia comido terra. Ao ouvir isso, Mãe Yasoda, que vivia muito preocupada com o bem estar do filho, agarrou Krsna com suas mãos para olhar no interior de sua boca dizendo: "Querido Krsna, porque és tão inquieto que comeste barro em lugar solitário? Que é isto?"

Krsna respondeu: "Minha querida mãe, jamais comi barro. Todos os meus amigos que reclamam contra mim são mentirosos. Se pensas que eles estão contando a verdade, podes olhar diretammente dentro da minha boca e examiná-la.".

Mãe Yasoda desafiou Krsna: "Se não comeste terra, então abre bem tua boca."

Ao perceber o desafio de sua mãe, o filho de Nanda Maharaja e Yasoda, para manifestar passatempos como criança humana, abriu sua boca. Sua opulência manifestou-se imediatamente. Nesse momento Yasoda viu dentro da boca de Krsna todas as entidades móveis e inertes, o espaço exterior, todas as direções, juntamente com as montanhas, as ilhas, os oceanos, a superfície da terra, o vento que sopra, o fogo, a lua e as estrelas. Ela viu sistemas planetários, a água, a luz, o ar, os céus e a criação através da transformação do ahankara (ego). ela também viu os sentidos, a mente, a percepção sensorial e as três qualidades - bondade, paixão e ignorância. Ela viu o tempo designado às entidades vivas, o instinto natural e as reações do Karma, e viu os desejos e as diferentes variedades de corpos - móveis e inertes. Vendo todos esses aspectos da manifestação cósmica, juntamente com ela própria e Vrindavana-dhama, ela ficou receosa e temerosa da natureza de seu filho.



Mãe Yasoda pode entender a verdade. Imediatamente esquecendo-se da ilusão criada por Yogamaya, segundo o qual Krsna mostrava a forma universal dentro de sua boca, Mãe Yasoda colocou seu filho no colo como antes, sentindo que seu amor crescia em afeição por seu filho trancendental.

Krsna e Balarama




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Krsna e Balarama roubam manteiga



Outrora, em todas as casas, guardava-se iogurte, manteiga e outros derivados do leite em um Balanço pendurado no teto. Krsna e Balarama não conseguiam alcançá-los, então eles deram um jeito para pegar os potes: eles empilharam várias tábuas, viraram os potes e faziam buracos com suas mãos para que o conteúdo escorresse e eles pudessem bebe-los. Este era um dos meios deles roubarem manteiga.

Quando o cômodo estava muito escuro, Krsna e Balarama iam até lá e iluminavam o lugar com suas jóias preciosas que os adornavam. Em geral Krsna e Balarama utilizavam várias maneiras para roubar manteiva e leite das casas vizinhas.



Krsna se deixa amarrar por sua mãe




Um certo dia Mãe Yasoda viu-se forçada a parar de amamentar Krsna para retirar uma leiteira do fogo porque o leite que estava fervendo se derramara no fogão. Krsna ficou muito aborrecido devido ao comportamento de sua mãe e planejou um meio de quebrar os potes de manteiga e iogurte. Ele pegou uma pedra e quebrou no pote onde se batia a manteiga, depois ficou comendo a manteiga.

Quando Mãe Yasoda retornou, após cuidar do leite que transbordara, viu o pote quebrado e pode entender que isso era obra de Krsna. Ao entrar no cômodo ela encontrou Krsna em pé sobre o ulukhala - um grande pilão para moer especiarias. Tendo virado o pilão de cabeça para baixo, ele estava roubando a manteiga que estava pendurada e estava distribuindo aos macacos. Logo que viu sua mãe, Krsna saiu correndo. Mãe Yasoda correu atrás dele.

Quando ela o alcançou o agarrou dizendo que se ele continuasse tendo esse comportamento ela o castigaria. Ela então pegou uma corda para amarrar Krsna, porém cada vez que chegava no momento de amarrar a corda, esta parecia que estava menor. Então ela pegava outra corda e amarrava à outra e tentava de novo, sem que conseguisse seu objetivo porque sempre a corda estava pequena.




Ela tentou por várias vezes emendando corda por corda e nunca chegava ao comprimento necessário para que pudesse amarrar... até que ficou muito cansada.. Krsna então, vendo sua mãe tão cansada se compadeceu dela e se deixou amarrar.

Então, dessa forma, Krsna demonstrou Sua Potência Ilimitada!

Krsna liberta as árvores Yamala-Arjuna


Nalakuvara e Manigriva eram dois grandes devotos de Shiva porém, devido à opulência material, eles se tornaram extravagantes e insensatos. Levavam uma vida de bebedeiras e orgias e esqueciam dos valores morais e espirituais que haviam recebido de seus pais e mestres.

Um dia o sábio Narada Muni passava por perto onde Nalakuvara e Manigriva estavam se banhando nus em um lago em orgia com mulheres. Eles nem sequer respeitaram o sábio que ia passando e continuaram com suas atividades pecaminosas.

Eles estavam tão enlouquecidos com sua riqueza e falso prestígio que, muito embora vissem Narada Muni ali presente, permaneceram nus e nem sequer sentiram vergonha. Haviam perdido o senso crítico e decoro.

Narada Muni os amaldiçoou dizendo que eles, na sua próxima encarnação haveriam de nascer como árvores. Nalakuvara e Manigriva se desculparam caindo de tão bêbados que estavam. Eles choravam muito, arrependidos e implorando Que Narada Muni os perdoasse.

Narada Muni então falou que na verdade a maldição cairia como uma bênção pois eles nasceriam como árvores em Vrindavana e que seriam libertados por uma encarnação do senhor Visnu. Portando, Narada Muni estabeleceu um exemplo, amaldiçoando Nalakuvara e Managriva a se tornarem obtusos e inconscientes como árvores. Essa foi uma punição adequada.

Como Krsna é misericordioso, muito embora eles fossem punidos, foram afortunados para ver a Suprema Personalidade de Deus face a face. Logo, a punição dada pelo sábio Narada Muni não foi absolutamente uma punição; ao contrário, foi outra espécie de misericórdia.

Com a maldição do devarsi, Nalakuvara e Manigriva tornaram-se as árvores gêmeas Yamala-Arjuna e permaneceram no quintalde mãe Yasoda esperando a oportunidade de veram Krsna diretamente. Após cem anos dos deva, Nalakuvara e Manigriva receberam de Krsna essa libertação, a antiga consciência deles foi revivida.

Como as árvores Yamala-Arjuna foram derrubadas:

Quando krsna era bebê, mãe Yasoda estava fazendo seus afazeres e o bebê Krsna, amarrado a um pilão por sua própria mãe (o castigo que recebera por ter roubado manteiga), passou engatinhando correndo por entre duas as árvores que levaram o nome de "as Árvores Arjuna" e de tão forte que era o poderoso bebê Krsna - o Próprio Senhor Supremo - ele derrubou as duas árvores inteiramente, com suas raízes e tudo, libertando, assim, os espíritos dos dois brahmanes que ali estavam em seus corpos de árvores.

Todas as pessoas das redondezas vieram correndo para ver o que estava acontecendo, pois haviam escutado o estrondo da pancada do pilão nos troncos das árvores. Para surpresa de todos, ali estavam os dois espíritos prestando reverências ao bebê Krsna. Então, após eles circungirarem Krsna, eles partiram para suas respectivas moradas.

Krsna e Balarama pulam da montanha Pravarsana



Quando Krsna e Balarama retornaram à Mathura encontraram a cidade sitiada pelo perverso rei Jarasandha. Quando o malvado rei soube que os príncipes Krsna e Balarama estavam na cidade foi em perseguição aos dois jovens Yadus com 23 exércitos. Quando os estavam alcançando, Krsna e Balarama fingiram que ficaram com medo e subiram a montanha Pravarsana rapidamente. Embora soubesse que os dois Madhavas estavam escondidos na montanha, Jarasandha não encontrou nenhum sinal deles. Então ele mandou fazer inúmeras fogueiras para atear fogo por toda a montanha e ao redor desta. Krsna e Balarama saltaram da montanha sem serem vistos por seu adversário e regressaram à sua cidade de Dvaraka, que tinha o oceano como fosso de proteção. Jarasandha pensou erroneamente que os dois irmãos haviam morrido queimados no incêndio, por isso retirou sua vasta força militar e regressou ao reino de Magadha.

Passatempos com os vaqueirinhos de Vrindavana








AGASHURA TENTA ENGOLIR KRSNA


Quando Krsna e Balarama tinham cinco anos de idade, eles e os vaqueirinhos brincavam na floresta de Vraja, apareceu um grande demônio chamado Aghasura, cuja morte era aguardada até mesmo pelos semideuses. Os semideuses bebiam néctar todos os dias, mas ainda assim temiam esse grande demônio e esperavam vê-lo exterminado. Aghasura não tolerava ver o prazer transcendental que os vaqueirinhos desfrutavam na floresta em companhia do Senhor, encarnado como o menino Krsna. Agashura, que como quase todos os raksasas que atacaram Krsna, também havia sido enviado pelo perverso rei Kamsa, era irmão de Putana e Bakasura. Portanto, quando ele veio e viu Krsna na frente de todos os vaqueirinhos, ele pensou: “Esse Krsna matou minha irmã e meu irmão, Putana e Bakasura, portanto para vingá-los eu mesmo matarei esse tal de Krsna, juntamente com todos os seus amigos vaqueirinhos. Se de alguma maneira eu conseguir fazer com que Krsna e seus amigos sirvam de última oferenda de Sésamo e água para as almas de meus irmãos então, os habitantes de Vrajabhumi, de quem esses meninos são a vida e alma, automaticamente morrerão. Se não há vida, pode-se dispensar o corpo; logo, quando seus filhos estiverem mortos, naturalmente os habitantes de Vraja não resistirão.” Após tomar essa decisão, o austucioso Aghasura assumiu a forma de uma enorme píton, da largura de uma grande montanha e medindo 13 quilômetros de comprimento.



Tendo assumido este enorme corpo de serpente, ele abriu sua boca como se esta fosse uma grande caverna nas montanhas, deitou-se na estrada e ficou esperando, pois queria engolir Krsna e seus associados, os vaqueirinhos. Seu lábio inferior repousava na superfície da terá e o seu lábio superior tocava as nuvens do céu. Os cantos de sua boca pareciam os lados de uma grande caverna na montanha, e a parte intermediária de sua boca era o mais escuro possível. Sua língua parecia uma larga estrada; sua respiração exalava como um vento morno e seus olhos abrasaram-se como fogo.


Ao verem este enorme demônio os meninos pensavam tratar-se de um belo cenário de Vrindavana. Depois imaginaram que aquilo parecia a boca de uma grande serpente. Eles não sentiram nenhum medo, pensaram que era uma estátua que, em forma de uma serpente fora feita para alegras seus passatempos de meninos. Os meninos disseram: “Queridos amiguinhos, será que essa criatura está morta ou ela está viva, com essa boca enorme aberta para engolir todos nós? Vamos conferir para ver do que se trata?” Finalmente chegaram à conclusão de que aquele animal estava ali para engolir a todos. Então os meninos olharam para Krsna,e, rindo alto e batendo palmas, entraram na boca da píton.


Krsna, ouvindo os comentários inocentes dos meninos, viu que eles não sabiam do que aquilo realmente se tratava. Mas Krsna sabendo do risco que eles corriam quis impedi-los de entrar para dentro da píton. Enquanto Krsna tentava descobrir um meio de impedi-los, todos os vaqueirinhoa entraram na boca de Aghasura. O demônio, entretanto, não os engoliu, pois estava pensando em seus próprios parentes mortos por Krsna e simplesmente esperava que Krsna entrasse. Krsna viu que todos os vaqueirinhos, que conheciam apenas ele como seu protetor, acabaram de suas vistas e estavam desamparados dentro da serpente, tal como palhas que entraram no fogo do abdômem de Aghasura, que era a morte personificada.


Para Krsna era intolerável separar-se de seu irmão e de seus amigos. Portanto, como se houvesse percebido que isto fora um ato de sua potência interna, Krsna momentaneamente ficou paralisado e não sabia o que fazer. Como ele poderia salvar os meninos e enfrentar a piton simultaneamente? Krsna, com sua potência ilimitada, decidiu agir. Ele então entrou na boca de Aghasura.


Quando Krsna entrou, os semideuses, escondidos atrás das nuvens, exclamaram: “Ai de nós! Ai de nós!” Ao ouvir o som que os semideuses emitiam atrás das nuvens, Krsna imediatamente avolumou-se dentro da garganta da serpente interrompendo sua respiração. Aghasura sufocou e como seu ar vitral não podia passar pelo único orifício grande que ele tinha que era sua garganta (que Krsna havia obstruído) , o seu ar vital explodiu através de um pequeno orifício que a serpente tinha na cabeça. Quando todo o ar vital do demônio passou por aquele orifício, Krsna lançou seu olhar para os bezerros e vaqueirinhos mortos ressuscitando-os imediatamente. Então, Mukunda, que pode dar liberação a todos, saiu da boca de Aghasura com todos os seus amiguinhos e bezerros.


Do corpo da gigantesca piton, surgiu uma refulgência brilhante, iluminando toda a terra, em todas as direções, e permaneceu individualmente no céu até que Krsna saísse da boca do cadáver da serpente. Então, sob o olhar de todos os semideuses, essa refulgência entrou no corpo de Krsna.


Em seguida, estando todos satisfeitos, os semideuses começaram a derramar flores, as Apsaras(dançarinas celestiais) começaram a dançar, os Gandharvas(cantores celestiais) ofereciam canções sob a forma de orações.


Os percussionistas começaram a bater seus tímbales e os brahmanas ofereceram hinos védicos e, tanto no céu quanto na terra, a harmonia foi restaurada e todos glorificaram ao Senhor.




KRSNA DERROTA O DEMÔNIO BAKASURA


Quando Krsna e Balarama, ainda pequenos, e os vaqueirinhos de Vraja, cada um deles pegando seu próprio grupo de bezerros, levavam os animais para beber água em um reservatório. Depois que os bezerros beberam água, os meninos também beberam. Bem próximo ao reservatório, os meninos viram um corpo gigantesco, parecido com um pico de montanha partido e golpeado por um raio. Eles ficaram com medo só de ver esse enorme ser vivo.


Aquele enorme raksasa chamava-se Bakasura. Ele assumira o corpo de um pato cujo bico era muito afiado. Tendo chegado ali, ele imediatamente engoliu Krsna. Ao verem que Krsna fora devorado pelo pato gigantesco, Balarama e os outros meninos ficaram quase que inconscientes. Krsna, que era o pai do Senhor Brahma, mas agia como filho de um vaqueiro, tornou-se como o fogo, queimando o interior da garganta do demônio, e Bakasura imediatamente expeliu-o.


A o ver que Krsna, embora tendo sido engolido, não estava machucado, o demônio logo voltou a atacar Krsna com seu bico afiado. Quando Krsna viu que Bakasura, um raksasa enviado por Kamsa, procurava atacá-lo, com seus braços ele agarrou as duas metades do bico de Bakasura, e na presença de todos os vaqueirinhos, Krsna facilmente bifurcou-o, assim como uma criança parte uma folha de grama.

Pelo fato de ter matado o assustador raksasa, Krsna satisfez a todos os cidadãos dos céus. Naquele momento, os cidadãos celestiais, habitantes do sistema planetário superior, derramaram sobre Krsna, flores cultivadas em Nandana-kanana. Eles também congratularam-no, vibrando tímbares e búzios celestiais e oferecendo orações. Vendo isso, os vaqueirinhos ficaram admirados.


Assim, quando Krsna livrou-se desse perigo, todos os meninos, incluindo Balarama, pensaram que sua vida ressurgira. Eles abraçaram Krsna e então reuniram seus Bezerros e regressaram a Vrajabhumi, onde brados anunciaram o incidente.



O EXTERMÍNIO DOS DEMÔNIOS ASNOS



Certa vez, alguns vaqueirinhos – Sridama, o amigo muito querido de Balarama e Krsna, junto com Subala e Stokakrsna e outros – falavam que perto dali havia uma floresta cheia de bosques e palmeiras. A terra de lá era plana, lisa e muito extensa. O solo era preto, densamente coberto de grama, sem pedras nem seixos. Na floresta Talavana muitas frutas caem das árvores, e muitas já estão no chão. Mas todas elas são guardadas pelo perverso Dhenukasura, um demônio poderosíssimo que assumiu a forma de um asno e estava rodeado de muitos amigos que assimiram forma semelhante e eram tão poderosos quanto ele. Dhenuka era um rsksasa que comia seres humanos vivos e por isso todos os homens e até mesmo os animais tinham pavor de ir à floresta Talavana. Até mesmo as aves temiam voar naquela região.


Mas os vaqueirinhos insistiram em ir pegas frutas na floresta Tala, atraídos pelo aroma, e diziam: “Quarido Balarama, nosso desejo de comer aquelas frutas é muito grande; vamos à floresta Tala!” Ouvindo essas palavras dos companheiros Balarama e Krsna riram e, para agradar os amiguinhos, partiram para Talavana rodeados pelos vaqueirinhos. O menino Balarama foi o primeiro a entrar na floresta e, ao chegar lá, começou a sacudir vigorosamente as árvores com a força de um elefante louco, fazendo as frutas caírem ao chão.

Ao ouvir o som das frutas caindo no chão, o raksasa Dhanyka precipitou-se ao ataque, fazendo a terra e as árvores tremerem. O poderoso demônio lançou-se em direção ao Senhor Balarama e, com os cascos e suas patas traseiras, golpeou o peito de Balarama. Em altos zurros Denuka, em seguida, passou a correr de um lado para outro. Com a parte traseira virada para o Senhor Balarama, o furioso asno aproximou-se novamente do Senhor Balarama. Então, zurrando de ira, Dhenuka lançou suas patas trazeiras contra ele.

O Senhor Balarama agarrou Dhenuka pelos cascos, girou-o no ar e com uma só não o arremessou no topo de uma palmeira. Esse violento movimento giratório matou o demônio asno. Então o Senhor Balarama lançou o cadáver de Dhenuka sobre a palmeira mais alta da floresta, e quando o demônio morto caiu no topo da árvore, esta começou a tremer. A grande palmeira, fazendo com que outra árvore ao seu lado também tremesse, partiu-se em virtude do peso do demônio asno. A árvore vizinha fez tremer outra árvore, e esta por sua vez atingiu mais outra árvore da floresta, que também começou a tremer, e assim sucessivamente todas as árvores da floresta tremeram e partiram-se.


O fato do Senhor Balarama ter matado o Raksasa Dhenukasura não é algo tão admirável, considerando-se que ele é também é ilimitada Personalidade de Deus, o controlador do Universo inteiro. Os outros demônios asnos ficaram enfurecidos e todos de imediato precipitaram-se em direção a Krisna e Balarama para atacá-los, porém, facilmente Krsna e Balarama agarraram os demônios asnos um após outro por suas patas traseiras e e lançaram-nos todos nos topos das palmeiras.


Coberta com pilhas de frutas e com os cadáveres dos demônios, que estavam enroscados nas palmeiras partidas da floresta , a terra parecia mas bela. De fato, a terra brilhava com o céu adornado de nuvens.


Ao ouvirem sobre o magnífico feito dos dois irmãos, os semideuses e outros seres elevados oravam e glorificaram-nos e lançaram chuvas de flores.
As pessoas agora sentiam-se livres para irem à floresta e, sem medo, comiam as frutas das palmeiras e da mesma forma as vacas também podiam partas à vontade naquela região.


Então os Senhores Krsna e Balarama voltaram para casa em Vraja. Ao longo do caminho, os vaqueirinhos, seus fiéis seguidores, cantavam suas glórias.




KRSNA ENGOLE O INCÊNDIO DA FLORESTA




Enquanto os vaqueirinhos estavam completamente absortos em suas brincadeiras, suas vacas se desgarraram para longe. Famintas e sem ninguém para cuidar delas, as vacas entraram em uma floresta. Passando de uma parte da grande floresta para outra, os bodes, vacas e búfalos acabaram entrando em uma área onde havia muitos bambus pontiagudos. O calor de um incêndio na floresta próxima deixou-os sedentos e eles começaram a berrar e mugir aflitos.



Não avistando suas vacas nos arredores, Krsna, Balarama e seus amigos vaqueirinhos de repente sentiram-se arrependidos por terem se descuidado de seus animais. Os meninos procuraram por toda a parte, mas não puderam descobrir aonde elas tinha ido. Os meninos então começaram a rastrear a trilha das vacas observando suas pegadas e as folhas de capim que elas tinham quebrado com seus cascos e dentes. Todos os vaqueirinhos estavam em grande ansiedade porque haviam perdido seu meio de vida. Dentro da floresta Munja os vaqueirinhos finalmente encontraram suas valiosas vacas. Então os meninos, sedentos e cansados, conduziram as vacas ao caminho de volta para casa.



Com uma voz que ressoava como uma nuvem trovejante, Krsna chamava os animais. Ouvindo o som de seus próprios nomes, as vacas ficavam exultantes e mugiam em resposta a Krsna. De súbnito, apareceu de todos os lados um grande incêndio na floresta, ameaçando destruír a todas as criaturas silvestres. Como um quadrigário, o vento levava o fogo adiante e terríveis labaredas irrompiam em todas as direções. O grande indêncio estendia suas línguas flamejantes para todas as direções, ameaçando a todas as criaturas móveis e imóveis.



Quando as vacas e os vaqueirinhos, de olhos arregalados, olharam para o incêndio que os atacava de todos os lados, eles ficaram muito assustados. Os meninos então aproximaram-se de Krsna e Balarama em busca de auxílio: “Ó Krsna! Ó poderosíssimo Krsna! Ó Balarama! Tu cujo poder jamais falha! Por favor, salvai-nos, pois estamos prestes a sermos queimados por este incêndio na floresta! Ajuda-nos, nós confiamos em vós!” Ouvindo essas palavras lastimosas de seus amiguinhos, Krsna disse-lhes: “Apenas fechai os olhos e não temais!” “Tudo bem”, responderam ao meninos, e imediatamente fecharam os olhos. Então o Senhor Supremo, abriu a boca e engoliu o terrível fogo, salvando seus amigos do perigo.



Os vaqueirinhos abriram os olhos e ficaram pasmados ao descobrir que eles e as vacas não só haviam se salvado do terrível incêndio, mas também tinham sido trazidos de volta à árvore Bhandira. Quando viram que tinham sido salvos pelo poder místico do Senhor, o qual se manifesta mediante sua potência interna, os vaqueirinhos começaram a pensar que Krsna devia ser um semideus.


Chegando o fim da tarde, e o Senhor Krsna, acompanhado por Balarama, levou as vacas de volta para casa. Tocando sua flauta de uma maneira especial, Krsna regressou à aldeia dos vaqueiros em companhia de seus amigos vaqueirinhos, que cantavam suas glórias. As jovens gopis sentiram o maior prazer ao ver Govinda, voltar para casa, pois para elas até mesmo um momento sem ver Krsna parecia uma centena de eras.







KRSNA DERROTA O DEMÔNIO MADU:



Como já é do conhecimento de todos nós, Krsna era um guerreiro muito poderoso e não havia oponentes à sua altura, pois ele é a Suprema personalidade de Deus com todas as sua opulências e força. Havia um demônio chamado de Madu que era um perverso rei que queria de qualquer maneira destruir o Grande Guerreiro Krsna.

Como Rsi Madu era um grande devoto do Senhor Shiva, ele fazia muitas austeridades e oferendas para agradar ao Senhor shiva. Um dia ele pediu uma graça para Siva e ele como sempre atende aos seus devotos dedicados.

O mau intensionado Rsi Madu então pediu que a graça desejada seria que, ao tocar em qualquer coisa esta se transformasse em cinzas - já pensando em derrotar todos os seus inimigos e, principalmente, o invensível Senhor Krsna.

Ao obter o poder de transformar tudo que tocasse em cinzas, Rsi Madu enviou um mensageiro insitando Krsna a duelar com ele, o que Krsna prontamente aceitou.

No momento da luta, Krsna com sua imensa esperteza, já sabendo das intensões de Madu pois ele sabe tudo por ser o onisciente Senhor, teve uma grande estratégia: Krsna disse a Madu na hora da luta que seu coração havia parado de bater, o que fez com que Madu colocasse a mão em seu próprio peito para averiguar e imediatamente transformou-se em cinzas.

Sendo este um dos mais interessantes e históricos passatempos do Senhor Krsna, que depois foi traduzido para outros povos com outros nomes de outras personalidades conforme sua cultura.




A ESTAÇÃO DAS CHUVAS E O OUTONO EM VRINDAVANA:



Os vaqueiros mais velhos e suas esposas ficaram pasmados ao ouvirem a narração das proesas de Krsna e Balarama na floresta, então concluíram que eles deviam ser grandes semideuses que haviam aparecido em Vrindvana. Começou então a estação das chuvas, dando vida e sustento a todos os seres vivos. O céu ficou encoberto por densas nuvens azuis; retumbava com trovões, e relâmpagos reluziam no horizonte.


Dessa maneira, o céu e sua iluminação natural ficaram obscurecidos. Com seus raios, o Sol secara bebera durante oito meses a riqueza da terra sob a forma de água. Agora que havia chegado o momento apropriado, o Sol começou a liberar esta riqueza acumulada. Reluzindo com relâmpagos, grandes nuvens eram agitadas e varridas por ventos ferozes. A terra, que ficara emaciada devido ao calor do verão, voltou a nutrir-se completamente quando umedecida pelo deus da chuva. No crepúsculo vespertino durante a estação das chuvas, a escuridão permitia que os vagalumes brilhassem mas não as estrelas. As rãs, que tinham permanecido em silêncio o tempo todo, de repente começaram a coaxar ao ouvirem o ribombar das nuvens de chuva.



Com a chegada da estação das chuvas, os regatos insignificantes, que se haviam secado, começaram a avolumar-se e então desviaram de seus cursos próprios. A grama recém-crescida tornou a terra verde-esmeralda, os insetos indragopa acrescentaram um tom avermelhado, e cogumelos brancos para dar mais cor e círculos de sombra. Desse modo a terra parecia alguém que de repente se tornou rico. Com a riqueza sob a forma de cereais, os campos davam alegria aos fazendeiros, mas provocavam remorso nos corações daqueles que são muito orgulhosos para se dedicar à agricultura e que não conseguem entender que tudo está sob o controle do Supremo.


À medida que todas as criaturas aquáticas e terrestres tiravam proveito da água da chuva recém-caída, suas formas tornaram-se atraentes e agradáveis. Onde os rios se encontravam com o oceano, este ficava agitado com suas ondas açoitadas pelo vento. Durante a estação chuvosa as estradas, por não serem limpas, ficaram cobertas pela relva e detritos e por isso era difícil indentificá-las.


Quando o arco curvado de Indra, o arco-íris, apareceu no céu, que tinha a qualidade de som do trovão, ele era distindo dos arcos comuns, porque não repousava numa corda. Durante a estação da chuva a Lua foi impedida de aparecer diretamente devido à cobertura das nuvens, as quais eram iluminadas pelos raios da Lua. Os pavões festejaram e bradaram uma alegre saudação quando viram as nuvens chegando.


As árvores que haviam secado, depois de receber a água através de suas raízes, suas muitas folhas, flores e frutos apareceram. Os grous continuaram a habitar as margens dos lagos, mesmo com as margens agitadas durante a queda das chuvas. Quando Indra enviou suas chuvas, as águas da enchente romperam os diques de irrigação nos campos agrícolas. As nuvens, impelidas pelos ventos, derramaram sua água nectárea para o benefício de todos os seres vivos. Todas as flores de Lótus desabrocharam alegremente, exceto o kumut que floresce à noite.


Quando a floresta de Vrindavana ficava então resplandescente, cheia de tâmaras e jambos maduros, o Senhor Krsna, rodeado de suas vacas e amigos vaqueirinhos e acompanhado por Sri Balarama, entrava na floresta para se divertir. As vacas tinham de se mover devagar por causa de suas tetas pesadas de tanto leite, mas tão logo Krsna as chamava, elas corriam em sua direção. O Senhor observava as alegres meninas aborígenes da floresta, as árvores que gotejavam seiva doce e as cascatas das montanhas, cujo ressoar indicava haver cavernas nas redondezas.



Quando chovia, o Senhor Krsna às vezes entrava numa caverna ou na cavidade de uma árvore para brincar e comer raízes e frutas. Krsna fazia suas refeições de arroz cozido e iogurte, enviado de casa, em companhia do Senhor Sarikarsana (Balarama) e dos vaqueirinhos que costumavam comer com ele. Todos se sentaram sobre uma grande pedra perto da água. Krsna observava os touros, bezerros e vacas contentes deitados na relva verde a ruminar de olhos fechados e via que as vacas estavam cansadas por causa do fardo pesado do leite que carregavam em suas tetas.


Enquanto contemplava a beleza e opulência da estação chuvosa de Vrindavana, uma fonte perene de grande felicidade, o Senhor oferecia todo o respeito àquela estação, que se expandira de sua própria potência interna. O outono desanuviou o céu, deixou os animais saírem de seus currais apinhados, limpou a terra de sua cobertura lamacenta e purificou a contaminação da água. A Lua do outono aliviou todas as criaturas do sofrimento causado pelo excessivo calor dos raios de Sol. Pela influência do outono, todas as vacas, corças, mulheres e aves fêmeas ficaram férteis e eram seguidas por seus respectivos companheiros.




Com esse clima assim tão auspicioso da natureza, o Senhor Krsna, seu irmão Balarama e seus amigos vaqueirinhos cresciam alegremente e assim, o senhor desfrutava de seus passatempos de menino em Vrindavana.

Krsna, mais atrativo que mil Cupidos






Kalindi suplica a misericórdia do Senhor Balarama




Certa vez o Senhor Balarama estava na companhia das gopis e se deleitava num jardim à margem do rio Yamuna. Este jardim era banhado pelos raios de lua cheia e acariciado por brisas com perfume de lótus que florescem à noite. Enviado pelo semideus Varuna, o divino licor varuni escorria da cavidade de uma árvore e tornava toda a floresta ainda mais fragrante com seu doce aroma.


O vento levou a Balarama o perfume daquele dilúvio de licor doce, e quando o cheirou, ele foi até a árvore. Lá ele e suas companheiras beberam o licor. Enquanto os Gandharvas cantavam suas glórias, o Senhor Balarama deleitava-se dentro do brilhante círculo de moças. Ele parecia o elefante de Indra, o majestoso Airavata, desfrutando na companhia de elefantas. Os Gandharvas lançavam chuvas de flores, e os grandes sábios louvaram os feitos heróicos do Senhor Balarama.


Enquanto cantavam suas façanhas, o Senhor Halayudha, acompanhado de suas namoradas, divagava como que inebriado entre as árvores da floresta, Seus olhos giravam devido aos efeitos do licor. Inebriado de alegria, o Senhor Balarama usava guirlandas de flores, incluindo a famosa Vaijayanti, e um único brinco. Gotas de suor semelhantes a flocos de neve enfeitavam-lhe o sorridente rosto de lótus.


O Senhor Balarama então convocou a água do Rio Yamuna a fim de poder brincar nela, mas o Yamuna ignorou sua ordem pensando que ele estivesse bêbado. Isto aborreceu Balarama, que por isso , se pôs a arrastar o rio Yamuna com a ponta de seu arado. O Senhor Balarama disse: “Ò pecadora, me desreipeitas, não vensnquando te chamo, senão que só te moves conforme teu próprio capricho. Portanto, com a ponta do meu arado eu te trarei aqui em cem córregos.”



Assim repreendida pelo Senhor Balarama, a assustada deusa Yamuna veio como uma expansão de srimad Kalindi, uma das rainha do Senhor em Dwaraka, e caiu aos pés de Sri Balarama, o amado descendente de Yadu. Tremendo, ela lhe disse: “Rama, Rama, ó pessoa de braços poderosos” Nada sei de tua bravura. Com uma única porção tua sustentas a Terra, ó senhor do Universo. Meu senhor, por favor, liberta-se. Ó alma do Universo, não compreendi a tua posição como Divindade suprema, ma agora me rendi a ti, e és sempre bondoso para com todas as pessoas.”



Logo em seguida o Senhor Balarama libertou o Yamuna e, tal qual o rei dos elefantes com seu séquito de elefantes, ele entrou na água do cio com suas companheiras. O Senhor brincou na água a seu pleno contento e, quando, saiu, a deusa Kalindi presenteou-o com roupas azuis, ornamentos preciosos e um brilhante colar; O Senhor Balarama vestiu-se com as roupas azuis e pôs o colar de ouro. Ungido com perfumes e enfeitado com belos adornos ele parecia tão resplandescente quanto o elefante real de Indra. Ainda hoje, pode-se ver como o Yamuna corre por muitos córregos criados pelo arado do ilimitadamente poderoso Senhor Balarama.


Assim, isto demonstra a proeza dele. Dessa maneira, para o Senhor Balarama todas as noites passaram-se como uma única noite enquanto ele se deleitava em Vraja, com sua mente fascinada com o encanto e beleza primorosos das jovens de Vraja.